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O que esperar da IA em 2025: reflexões sobre um futuro que já começou

O que esperar da IA em 2025: reflexões sobre um futuro que já começou
Por Alessandra Montini

A inteligência artificial não para. Se 2024 nos deu um gostinho do que essa tecnologia pode fazer, 2025 promete transformar expectativas em realidade – e levantar questionamentos ainda mais profundos. Mas antes de olhar para frente, é impossível não dar uma rápida espiada no que vivemos nos últimos meses.

Afinal, foi em 2024 que a IA consolidou sua presença no nosso cotidiano, saindo dos laboratórios e entrando de vez na rotina de empresas, governos e até das nossas casas. Agora, a pergunta é: para onde estamos indo?

IA para todos: o sonho (ou desafio) da democratização
No ano passado, vimos a IA se popularizar como nunca. De assistentes virtuais a sistemas que ajudam a detectar fraudes, a tecnologia provou seu valor e em 2025, a expectativa é que isso vá além: pequenas empresas, ONGs e até pessoas físicas poderão usar ferramentas inteligentes para resolver problemas do dia a dia. Mas será que estamos preparados para essa democratização?

Os números dizem que ainda não. Segundo o estudo TIC Domicílios 2024, 29 milhões de brasileiros continuam sem acesso à internet. Se a base da inclusão digital não for ampliada, a IA pode acabar reforçando desigualdades em vez de corrigi-las. Mais do que inovar, 2025 precisará ser o ano de garantir que todos tenham um lugar nessa revolução tecnológica.

IA generativa: criatividade em xeque?
Foi impossível ignorar a explosão da IA generativa em 2024. Textos, imagens, músicas… tudo passou a ser criado por máquinas em questão de minutos e se isso nos impressionou, também nos deixou com uma pulga atrás da orelha: o que é “original” nesse novo contexto? Quem é o verdadeiro autor – o humano ou a máquina?

Para 2025, o futuro da criatividade parece estar em um conceito colaborativo: humanos e IA trabalhando juntos. Essa parceria tem tudo para ampliar nossos horizontes, mas exige que nos preparemos não apenas para usar a tecnologia, mas para compreendê-la criticamente. Afinal, o que define o valor de uma ideia ou obra não será apenas a rapidez com que é criada, mas a intenção e o impacto que ela gera.

A ética no centro do debate
Se 2024 nos mostrou o poder da IA, também trouxe à tona dilemas éticos complexos e a tendência é que esses desafios cresçam em 2025. Algoritmos estão decidindo desde questões jurídicas até soluções para crises climáticas – e cada decisão carrega um peso.

O problema? As máquinas só refletem os valores (ou vieses) de quem as programa. Para evitar consequências desastrosas, será preciso mais do que regulação. Precisaremos de um diálogo constante entre cientistas, legisladores e a sociedade. A grande questão não será apenas evitar erros, mas garantir que a IA avance lado a lado com a responsabilidade social e ética.

O impacto (nem tão) invisível no trabalho
Outra transformação que já começou, mas promete acelerar em 2025, é no mercado de trabalho. Sim, a automação continuará eliminando algumas funções. Mas isso não significa o fim do trabalho humano – apenas uma mudança de foco.

Tarefas repetitivas darão lugar a atividades que exigem empatia, pensamento crítico e criatividade. Novos empregos surgirão, enquanto outros desaparecerão. Para os profissionais, o desafio será manter a flexibilidade e a vontade de aprender constantemente. E para as empresas? Antecipar essas mudanças e oferecer suporte será crucial.

IA em 2025: uma escolha coletiva
Por fim, vale lembrar: a IA não é um destino inevitável. Ela é uma ferramenta e como toda ferramenta, é moldada pelas escolhas de quem a utiliza. O que queremos que a IA faça? Quais valores queremos imprimir nela?

O ano de 2025 será mais do que um marco de inovações. Será um convite para uma reflexão coletiva. A tecnologia continuará avançando, mas o futuro – esse ainda está nas nossas mãos.

Alessandra Montini é diretora do Labdata, da FIA.




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